28 de jan. de 2012

Post . *-*

"Cada um na sua – sem essa de melhor ou pior
A velha história continua. Se você ouve música sertaneja ou elogia o sucesso do Michel Teló, cuidado: com certeza vai ser julgado por ter mau gosto. Os critérios, claros, são bem rasos..
Vamos além. Se uma banda opta por um visual mais colorido e investe em uma grande estratégia de merchandising, podem apostar que entrou na lista negra.
O tal grupo, além de ser alvo de muita inveja, também pode levar pedrada durante um show. Lindo isso, não? Respeito? Ah, a gente não vê por aqui...
Ainda nessa onda do que é certo ou não consumir culturalmente, coitado daqueles que gostam de acompanhar as novidades de um certo reality show de grande audiência no Brasil. Bastou o espectador fazer algum comentário nas redes sociais e lá vem alfinetadas: a sociedade diz que você é muito ignorante e não tem o que fazer.
Em um país com baixos índices de leitura, quem se atreve a ler obras que contam histórias de vampiros, lobisomens e outros seres místicos arrumou para a cabeça. “Que fútil”, diriam os “grandes intelectuais” de plantão. Muitos deles vão sugerir “Clarisse” Lispector (desse jeito mesmo, com s...) ou Caio Fernando Abreu. Na internet, virou clichê postar frases dos dois autores para demonstrar, digamos assim, que o cara é cult...
Há – entre todas essas histórias – uma palavra que faz toda a diferença: respeito. Vivemos um momento de assustadora intolerância.
Quem não se enquadra em determinado grupo ou se atreve a abrir um caminho diferente, com certeza será – no mínimo – bastante criticado. Isso sem falar em bullying e violência escancarada.
É engraçado – para muitas pessoas – chocar. Fazer algo que possa chamar a atenção, virar viral e motivo de comentários por toda rede. Uma anarquia sem princípios e regras, totalmente pelo prazer de marcar território e bancar o bom. “Eu sou o cara.”
Onde vamos parar com isso? Quem tem mais a perder com atitudes como essa? Não corremos o risco de ficar para trás? De conseguir, de fato, construir um futuro incrível para todo este país? É de se pensar... Pequenas atitudes geram grandes reflexos no futuro. Tá no hora de se espertar."

Fonte: Site da Gazetinha ou Caderno "Gaz+" da Gazeta do Povo, do dia 28 de janeiro de 2012, página dois.



Quando acordei esta manhã e li esse texto, confesso que fiquei meio chocada. Passo dias e dias tentando entender a falta de respeito alheia em relação a gostos. Será que ninguém nunca ouviu aquele velho ditado popular "Gosto não se discute" ?
Eu sou uma espécie de esponja em relação a gostos. Sou muito eclética em relação a muitos assuntos. Música então é uma categoria em que eu me encaixo em diversos espaços e respeito ao máximo aqueles espaços em que não me encaixo.
Literatura também. Ambos os exemplos citados pelo criador desse artigo incrível, Thiago Banik. As pessoas deveriam entender que cada pessoa é de um jeito e o que é bom para um pode não ser bom para outro.
Confesso que também não sou perfeita (afinal, sou humana e nenhum ser humano é perfeito). Também cometo meus erros em julgar as pessoas pelo seu gosto de roupas, por exemplo.
Na verdade me contradigo em assuntos como esse. Por um lado, realmente acredito que esse é apenas o gosto da pessoa, que deve ser respeitado. Por outro acho um total assassinato a moda e ao bom gosto.
A algum tempo atrás, indo da casa da minha avó para minha casa, junto com minha mãe, vi uma mulher no ponto de ônibus com um macacão de malha e mangas compridas. Ele era azul marinho e tinha bolinhas coloridas. No mesmo momento fiquei pasma. Completamente indignada, pois me lembrei de um palhacinho de brinquedo (daqueles que a gente dá corda e eles tocam uma músiquinha, nem sei se ainda existem palhacinhos desse tipo) que eu e minhas primas tínhamos quando crianças. O palhacinho vestia uma roupa exatamente igual a da mulher.
Confesso que ri dela. E a julguei.
Depois me senti culpada. Esse é apenas o gosto dela. O jeito que ela se sente bem.
Por outro lado, como futura estilista, volto a repetir o que disse anteriormente: achei um total assassinato à moda.
Puro preconceito da sociedade.
Tanto por moda, por música, pela literatura.
Somos induzidos desde pequenos a gostar de alguma coisa e quando gostamos disso, o resto torna-se "lixo".
Sempre sobrepomos nossos gostos pessoais e esquecemos do resto do mundo. Esquecemos de como não existem apenas as nossas opiniões e esquecemos de respeitar o que os outros pensam
Escrevo esse texto com base em literatura, música, moda.
Mas o que estou tentando dizer não se aplica apenas a isso.
Se aplica a sociedade em geral.
Se aplica em religião, política, futebol (algo que eu realmente odeio, mas que procuro respeitar as pessoas que tem uma extrema paixão por esse esporte), opção sexual, profissão, classe social, entre outros.
Se aplica a tudo o que gera um preconceito absurdo que causa discuções, brigas, mortes, guerras.
Desde aos assuntos mais fúteis e básicos aos assuntos mais complexos e elaborados.
A sociedade inteira (incluo-me nessa sociedade) devia começar a aprender a se comportar como seres que respeitam uns aos outros, ao invés de julgar e não respeitar o resto do mundo.

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